terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Por que e como colecionar Barbie Vintage?

Todo mundo fala sobre estes pequenos prazeres da vida que nos fazem seguir perseverantes por situações difíceis que ela tende a nos lançar. Colecionar pode ser definitivamente um deles. A boneca Barbie que surgiu do desejo de uma mãe ver sua filha realizada sempre foi um ícone no que diz respeito às coleções.

Muitas vezes não paramos para pensar no passado e imaginar como foi o seu impacto no ano exato em que surgiu. Seria difícil qualquer outra coisa senão ler os relatos, já que se trata de uma época em que não vivemos. Se foi isso que você pensou, pense novamente. O mundo Vintage e retrô da boneca não está mesmo enterrado no passado. Existe um mercado complexo atual que dá valores aos brinquedos que sua mãe brincava quando tinha 10 anos, inúmeros acessórios raros como colares, brincos e bolsas podem ser encontrados pelos preços de pequenas fortunas.

Digamos que sai menos caro para residentes da terra do Tio Sam, porém há colecionadores do mundo todo que se especializam em Vintage, aficionados pela moda dos anos 50 e 60 que viajam para poder participar de convenções e compartilhar com os amigos os prazeres desta retrômania. Neste post, conversaremos sobre a viabilidade de colecionar Vintage, as alternativas e como adentrar ao túnel do tempo tem ficado cada vez mais fácil. 




quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Barbie Cinéfila #1: "Tudo que o céu permite"

Como uma exímia comentarista, aficionada por melodramas hollywoodianos, Barbie veio nos brindar com anedotas cinéfilas e trocar indicações da sétima arte. Esta é uma coluna de postagens que aparecerão por aqui frequentemente, fazendo jus a relação tão íntima que as espectadoras mulheres tinham - nas décadas de 50 e 60 - com os romances em Technicolor e, tendo em vista a figura da Barbie como um reflexo das vivências femininas da época, o paralelo sociológico entre a boneca e elas se torna um poço rico de associações no campo representativo do comportamento, da moda, dentre tantas outras questões atrás de portas fechadas que a chave da imaginação poderá abrir. Barbie veio acompanhada.


Barbie e Ken vieram em noite de gala para nos apresentar esta aquisição Criterion Collection e comentar sobre uma deleitosa experiência fílmica a dois. O filme de hoje é recomendado aos apaixonados. Trata-se de um clássico de Douglas Sirk, intitulado "Tudo que o céu permite", que viu os holofotes da estréia numa noite de inverno em dezembro de 1955, apenas quatro anos antes do lançamento de Barbie numa feira de brinquedos pelos pioneiros Ruth e Elliot Handler. Considerado no seu tempo como apenas mais um filme de lágrimas típico de um cinema feito para mulheres, a obra de Sirk foi revisitada a partir dos anos 70, tendo este na lista de inúmeros de seus filmes cinquentistas considerados seminais na identidade estética de um gênero fílmico, o Melodrama.

"All that heaven allows", 1955.
Criterion Collection ed.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Barbie, you're beautiful. You make me feel.

Todos já ouvimos falar de Barbie em algum momento da vida. Bem ou mal. É uma boneca de longa data que se tornou elemento crucial para diversas discussões culturais. A influência de Barbie no imaginário de inúmeras crianças se tornou aos poucos inevitável, assim como a sua produção em série cada vez mais expressiva. A moderna problematização nas brincadeiras com a Barbie apareceu desde o instante em que a padronização do tipo de corpo e os comportamentos construídos para a boneca enquanto personagem passaram a ser questões reconhecidas como preconceituosas e sexistas. Parece que estamos no meio de uma queda de braço, em que os apaixonados defendem a Barbie como a estrela do mundo e os haters colocam a culpa de toda baixa autoestima infantil no fato de que o maior número de bonecas da playline são loiras e magras. No entanto, ambos os lados poderiam parar um instante para refletir sobre o fato de que ela não precisa ser de fato uma estrela de nada, menos ainda a causadora de projeções infantis infelizes por conta da cor de um cabelo ou dos centímetros de uma cintura. O mais simples desejo que havia por trás da criação da boneca era de que ela pudesse ser qualquer um/uma de nós. A ideia que fez de Barbie um sucesso estrondoso desde o início foi a possibilidade de masturbar a imaginação. É isso mesmo que você leu, tudo que existe de fascinante no mundo barbístico pode estar advindo do gozo incompleto que existe em trocar a boneca de roupas, jogando com papéis sociais, fazendo de conta que ela pode ser quem quer que seja ou qualquer coisa que a vossa imaginação possa elaborar. Incompleto porque o prazer da brincadeira parece não querer terminar. Então, ela poderia ser uma estrela se você quiser, um ícone de elegância reconhecido por talentos inatos. Talvez não, ela poderia ser uma dona-de-casa qualquer, sem o menor glamour, que precisa de chegar a tempo do supermercado para poder atender as necessidades do marido. A nossa Barbie Melodramática tem um quê de Lucy do seriado I Love Lucy, de Desperate Housewives, de Beleza Americana, de todos estes folhetins americanos quintessenciais em que ninguém é de fato o que parece ser. Uma mulher dedicada ao lar pode esconder uma vida pessoal secreta, desejos emancipatórios, pensamentos revolucionários ali, bem ao lado de sua caçarola que prepara um molho bechamel supimpa. Para relembrar os valores que estavam ali quando tudo começou, aceite este convite de vir comigo voltar ao passado para conhecer a origem desta Barbie que se provou ao longo de todos estes anos como uma boneca para lá de melodramática, caindo e levantando, namorando, terminando namoro, fazendo amigos, cortando o cabelo, deixando crescer, armando, alisando, aventurando-se pelas possibilidades de beleza que as décadas de 60, 70, 80, 90 e os anos 2000 lhe permitiram. Uma maneira brilhante de começar a jornada pode ser assistindo a um micro-documentário que vai precisar de apenas mais dois minutinhos do seu tempo para conhecer a idealizadora de Barbie.

Ladies and Gentlemen, Mrs. Ruth Handler 


Ruth Handler, a mulher pioneira por trás de Barbie.
[1916 ~ 2002]